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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

SOB COAÇÃO


Preso por mandar degolar ex-mulher confessou sob coação, diz defesa

Allan Peçanha havia dito que contratou dois para darem susto em Lore Vaz.
Advogados alegam que cliente foi intimidado por policiais armados no ABC.

Kleber Tomaz Do G1 SP
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Caso Lore Vaz (Foto: Reprodução)O desempregado Allan dos Santos Peçanha, 27,
ex-marido de Lore Vaz, está preso como suspeito de
ter sido  mandante da morte da estudante
(Foto: Reprodução)
O desempregado Allan dos Santos Peçanha, de 27 anos, confessou à Polícia Civil ter contratado dois homens para dar um “susto” na sua ex-mulher, a universitária e promotora de eventos Lore Vaz, de 26, porque estava "sob coação psicológica" sofrida durante seu interrogatório. A afirmação foi feita nesta terça-feira (25) pelos advogados que defendem o ex-marido da estudante. Segundo eles, seu cliente se sentiu "intimidado" e "pressionado" pelos policiais civis a confessar um crime que não cometeu.
Procurados nesta tarde para comentarem a denúncia, o Setor de Homicídios da Delegacia Seccional de Santo André e o Ministério Público negaram que o suspeito tenha sofrido qualquer coação nas quase duas horas em que foi ouvido.

A defesa de Allan, no entanto, avalia se irá usar essa alegação de ‘confissão sob coação’ no pedido de habeas corpus que pretende impetrar até quarta-feira (26) no Tribunal de Justiça de São Paulo para pedir que seu cliente responda pelo assassinato da estudante em liberdade.

Allan está preso temporariamente por decisão da Justiça como suspeito de ter sido o mandante da morte de Lore no dia 12 de setembro em Santo André, no ABC. O corpo dela foi encontrado degolado dentro de um carro abandonado no dia seguinte. Para o Setor de Homicídios, o motivo do crime foi financeiro: ela cobrava uma dívida de R$ 3 mil dele.

De acordo com o seu depoimento à polícia, o desempregado afirmou ter pago mais de R$ 2 mil para o auxiliar de limpeza Robert Pirovani Gama, 21, e o funileiro Raimundo Nonato Bezerra, 32, sequestrarem e assustarem a promotora de eventos e não matá-la.
'Coação'Os três suspeitos ficarão presos por 30 dias. Segundo a investigação, imagens gravadas por câmeras de segurança mostram o trio participando do crime. Eles foram reconhecidos por testemunhas. O auxiliar e o funileiro aparecem deixando o Fiat Uno prata usado por Lore. Já o desempregado é mostrado dirigindo um Chevrolet Kadett vinho usado na fuga dos três.
“Allan foi coagido psicologicamente a confessar participação num crime que ele não teve envolvimento. Ele prestou depoimento sem a presença de seus advogados. Ele foi interrogado entre dois policiais civis armados. Ouviu deles que deveria confessar a participação no crime senão ficaria muito tempo preso. Qualquer um, naquela situação de coação psicológica, confessaria algo que não fez. Meu cliente nunca pagou esses dois homens para darem um susto na ex dele. A única coisa que ele pagou foi um dinheiro para o funileiro Raimundo, mas por conta de um serviço feito no carro de Allan. Ele nem conhece o Robert. E também nunca dirigiu nenhum Kadett para dar fuga aos dois homens que sequestraram Lore”, disse o advogado Luis Eduardo Crosselli, que juntamente com a advogada Cristiane Tavares dos Santos defendem Allan.
“Allan negou para a defesa a participação dele no crime. A confissão dele foi obtida sem a presença de um defensor. Portanto, existiu uma intimidação e um constrangimento. Nosso cliente alega que se sentiu coagido a confessar. Ele foi levado à delegacia, foi preso e pressionado. Vamos apurar como esse interrogatório foi feito para tomar providências legais a respeito dessa confissão”, disse Cristiane dos Santos. A defesa do suspeito estuda a possibilidade de Allan voltar a falar somente à Justiça.
Lore Vaz (Foto: Reprodução / Fotos pessoais)Lore Vaz (Foto: Reprodução / Fotos pessoais)
O que dizem a polícia e o MPQuestionada, a equipe do delegado Paulo Dionísio, do Setor de Homicídios, negou que Allan tenha sido coagido.
Para a Promotoria, a defesa do suspeito preso está usando uma estratégia para tentar desqualificar a prisão de Allan.

“Em primeiro lugar o procedimento no inquérito policial não exige e nem necessita de advogado acompanhando qualquer pessoa. Justamente para que ocorresse de forma mais isenta e para que próprios investigados se sentissem de forma mais segura, o delegado entrou em contato com Ministério Público para acompanhar oitivas. Quando se iniciou interrogatório dele, o adverti que não precisava declarar nada se não quisesse e poderia chamar advogados. Ele disse que não queria advogados e quis falar sozinho. Em nenhum momento ele se mostrou assustado e pressionado. Foram duas horas de conversa”, argumentou a promotora Daniela Hashimoto.
“A defesa quer agora usar essa atenuante de confissão sob coação. Allan é assassino e quis matar realmente”, criticou o advogado Ademar Gomes, que defende os interesses da família de Lore Vaz e é assistente da acusação. FONTE G1 SP, VEJA BAIXA GRANDE, POR: MARCELO BARBOSA JP.

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