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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

MORRE CABO BRUNO


Cabo Bruno é assassinado um mês após ganhar liberdade

Crime ocorreu em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo.
Ex-policial fez parte do esquadrão da morte e ficou preso por 27 anos.

Renato Ferezim e Márcio Rodrigues Do G1 Vale do Paraíba e Região
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Cabo Bruno foi morto quando chegava de carro em casa na noite desta quarta-feira (26) (Foto: Renato Ferezim/G1) (Foto: Renato Ferezim/G1)Cabo Bruno foi morto quando chegava de carro em casa na noite desta quarta-feira (26). Ele voltava de um culto celebrado na cidade de Aparecida. (Foto: Renato Ferezim/G1)
O ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, conhecido como Cabo Bruno, de 53 anos, foi excutado na noite da última quarta-feira (26), em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo. O crime ocorreu por volta das 23h45 no bairro Quadra Coberta, quando ele chegava em casa, após participar de um culto na cidade de Aparecida.
Cabo Bruno estava solto havia 35 dias depois de cumprir 27 anos de prisão e ser beneficiado, no dia 23 de agosto, pela lei do indulto pleno. Ex-policial militar, ele era suspeito de cometer mais de 50 assassinatos na década de 80 na capital paulista como chefe do esquadrão da morte e chegou a ser condenado a 120 anos de prisão.
De acordo com a Polícia Militar, Florisvaldo estava acompanhado de parentes quando voltava para casa, que fica na rua Álvaro Leme Celidônio, quando dois homens chegaram - um de cada lado da rua -  e efetuaram cerca de 20 disparos contra o ex-policial, que morreu na hora. A maior parte dos tiros atingiu o rosto e o abdômen. Nada foi levado e mais ninguém ficou ferido.
Cabo Bruno foi morto um mês após ganhar a liberdade (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)Cabo Bruno atuava como pastor evangélico já na
prisão. (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)
Segundo o tenente da PM, Mario Tonini, os tiros partiram de pistolas calibre ponto 45 e 380. "Foram vários disparos só contra ele e tudo indica que foi uma execução, mas ainda depende da investigação da Polícia Civil", disse ao G1.

Os parentes estão abalados e relataram à reportagem desconhecer os autores dos disparos. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Pindamonhangaba, onde permanece até a manhã desta quinta-feira (27).
Indulto pleno
Cabo Bruno cumpria desde 2002 a pena na penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, a P2 de Tremembé, onde atuava como pastor. Em 2009, o advogado de defesa pediu a progressão da pena - do regime fechado para o semiaberto. Os exames criminológicos apontaram bom comportamento do preso.
Em 14 de agosto de 2012, o promotor Paulo José de Palma, responsável pelo processo do Cabo Bruno, encaminhou um parecer favorável ao indulto para a decisão final da Vara Criminal.
Junto com o parecer do promotor, baseado em lei que prevê a liberdade definitiva para presos com bom comportamento e com mais de 20 anos de prisão cumpridos, estão documentos com elogios de funcionários e da própria direção da P2 quanto à conduta de Florisvaldo na unidade.

Em agosto, na saída temporária dos presos no Dia dos Pais, o cabo deixou a penitenciária pela primeira vez. A saída foi comemorada por amigos no site de relacionamento da mulher dele, uma cantora evangélica que se casou com Florisvaldo dentro da penitenciária.

Esquadrão da Morte, prisões e fugas
Cabo Bruno é beneficiado com saída temporária (Foto: Reprodução/TV Globo)Imagem do ex-policial na década de 1980.
(Foto: Reprodução/TV Globo)
Cabo Bruno foi preso pela primeira vez em 1983 e levado para o presídio militar Romão Gomes, na capital. Entre 1983 e 1990, o ex-pm fugiu três vezes da unidade, uma delas inclusive depois de fazer funcionários reféns. Em maio de 1991 foi recapturado pela quarta vez, e nunca mais saiu.
Em junho de 1991 Florisvaldo foi levado para a Casa de Custódia de Taubaté, onde ficou até 1996. Dentro do piranhão da Custódia, unidade onde nasceu uma das principais facções criminosas do Estado, o ex-policial permaneceu os mais de cinco anos em uma cela isolado 24 horas dos demais presos.
Em 1996, Florisvaldo foi levado para o Centro de Observação Criminológica, onde ficou até 2002, quando foi transferido para a P2 de Tremembé. Em 2009 ele passou do pavilhão do regime fechado da P2 para o semiaberto, dentro da mesma unidade, separados apenas por uma muralha. FONTE G1, VEJA BAIXA GRANDE. POR: MARCELO BARBOSA JP.

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