SEM DINHEIRO PARA PAGAR A PASSAGEM DO FILHO, FAMÍLIA DORME EM AEROPORTO NA BAHIA

Sem dinheiro para passagem de filho, família de SP dorme em aeroporto

Garoto fez 2 anos durante viagem à BA; idade não dá direito à gratuidade.
Pai diz que não tem dinheiro para garantir volta do filho: 'nem para comer'.

Uma família de São Paulo está abrigada no saguão do Aeroporto de Ilhéus, no sul da Bahia, desde sábado (21) por não conseguir dinheiro para pagar a passagem de um dos filhos. Segundo o pastor evangélico Jonas Baldini, ele comprou as passagens da família com antecedência, mas antes do dia embarque de volta para casa, um dos filhos do casal completou dois anos, idade em que o bilhete deixa de ser gratuito.
Baldini viajou a Ilhéus com a esposa e os dois filhos, de três meses e dois anos, em janeiro, para realizar um trabalho temporário em uma igreja da região. Ele comprou as passagens de retorno para Campinas em uma promoção e, como um dos filhos não tinha completado dois anos na época, adquiriu só dois bilhetes.
"Cheguei aqui às 15h do dia 21 de março para embarcar. Pediram os documentos, passei o meu documento, da minha esposa e também dos meus filhos. Daí, quando chegou no meu filho que já havia feito dois anos no dia 6 de março, eles falaram que meu filho não podia embarcar porque eu não tinha a passagem dele", recordou Baldini.
Sem dinheiro para comprar outra passagem e sem famílias em Ilhéus, Baldini continuou abrigado no saguão do aeroporto. "Eu não tenho dinheiro nem para comer, para dar comida para os meus filhos. E eles [funcionários da companhia aérea] falaram que não poderiam fazer nada, se quisesse que ficasse aí", lamenta.
"São pessoas, são crianças. Nem nas crianças eles não pensam? É complicado porque só quem passa sabe a situação que é. Está sendo muito difícil", completou a esposa do pastor, Daiane Baldini.
A situação da família comoveu outros passageiros e funcionários do aeroporto. "Já pensou você com uma criancinha de colo e um pequeninho. Eu tenho dois filhos e fico comovido também. A gente chega a ter vontade de chorar por causa da situação deles. Fiquei muito triste de não poder fazer mais", lamentou o garçom Eduardo Muniz.
"Do tempo que eu trabalho aqui eu nunca vi acontecer isso. Fico com pena né? Como é que fica um casal com duas crianças pequenas no aeroporto", completou a vendedora Luana Nascimento.
Em nota, a Gol Linhas Aéreas informou que, ao comprar a passagem, o cliente deve checar se a idade da criança no dia da viagem atende a regra da gratuidade, o que não aconteceu nesse caso. A empresa disse que se sensibilizou com a situação e que vai embarcar a família no próximo voo disponível, mesmo sem a família ter comprado o bilhete do filho. Até por volta das 13h40 desta terça-feira (24), eles não tinham deixado o aeroporto na Bahia.

FONTE: G1 BAHIA

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