Um professor de educação física e personal trainer foi preso em
Curitiba, suspeito de matar três garotas de programa na capital
paranaense. De acordo com a Polícia Civil, Alexandre Lopes de Pádua
Arcenio, de 31 anos, foi detido na última segunda-feira. O autor dos
crimes é conhecido por agir de maneira parecida em todos os casos:
enforcar as vítimas e deixá-las trancadas, depois de se relacionar
sexualmente com elas.
Segundo a Divisão de Homicídios e Proteção à
Pessoa de Curitiba (DHPP), a primeira vítima encontrada foi uma
transexual de 28 anos, identificada apenas como Taís. Ela foi achada
morta no dia 16 de março, depois que vizinhos sentiram um forte cheiro
vindo do apartamento em que morava, no bairro Bigorrilho. Taís foi
encontrada nua sobre a cama, amarrada pelos pés e pelas mãos e em
adiantado estado de putrefação.
A segunda vítima foi encontrada morta quatro dias depois, em 21 de
março. Jaqueline Coutrin de Souza, de 42 anos, moradora da Rua Nilo
Peçanha - conhecido ponto de prostituição no Centro de Curitiba - foi
achada morta também nua, ajoelhada e com o rosto apoiado na cama. Assim
como a primeira vítima morta, a mulher também apresentava marcas de
violência pelo corpo. A polícia suspeitou que o autor dos crimes seria o
mesmo ao perceber que, nos dois casos, as chaves dos apartamentos
haviam sido levadas pelo criminoso.
Cerca de um mês depois, no dia
19 de abril, uma terceira garota de programa, identificada como Milena
de Paula Rabelo, de 36 anos, foi encontrada morta em um apartamento, no
Centro da cidade, também nua, mas com uma toalha enrolada no pescoço.
Policiais identificaram na hora que a mulher havia sido vítima de
estrangulamento.
Cinco dias depois, em 24 de abril, Alexandre chamou uma outra mulher, a
transexual identificada como Camily, de 22 anos, para um programa. Os
dois combinaram um encontro pelo WhatsApp e, assim como nos outros
casos, o suspeito tentou enforcar a vítima, que desmaiou. Camily contou à
polícia que o rapaz, achando que ela havia morrido, pegou tudo que era
dela e fugiu, trancando o apartamento. “Ele foi extremamente carinhoso,
não demonstrou nada, a não ser um pouco de ansiedade. Assim que
terminamos, ele não quis tomar banho. Me deu um beijo, conversamos um
pouco, ele me abraçou por trás e me deu uma ‘mata leão’ que me fez
apagar. Acordei um tempo depois, muito machucada, com uma toalha no meu
pescoço”, contou a garota de programa.
Polícia investiga se há outras vítimas
De
acordo com a polícia, Alexandre admitiu que teve encontros com as
vítimas e confessou ter aplicado um “mata leão” em duas delas. O
suspeito disse que passava por dificuldades financeiras e que cometeu o
crime para roubar os pertences delas. Ele, no entanto, negou que havia
matado as mulheres. No apartamento do suspeito, a polícia encontrou
objetos e documentos que pertenciam às vítimas, inclusive as chaves dos
apartamentos onde os crimes aconteceram, bem como um pedaço de corda.
Ele foi encontrado próximo à casa onde morava, próximo ao Cemitério
Municipal de Curitiba.
O suspeito, que não tinha passagens pela polícia, vai responder por
três homicídios dolosos (quando há a intenção de matar) e uma tentativa
de homicídio. A DHPP ainda investiga, em conjunto com o Núcleo de
Combate a Cibercrimes, se Alexandre cometeu outros homicídios do mesmo
tipo e investiga o modo como o suspeito agia para entrar em contato com
as vítimas.
Conversas com as vítimas
No
Facebook, amigos das vítimas de Alexandre compartilharam imagens de
conversas do suspeito com as garotas de programa. Como a polícia
identificou, ele usava a rede social e o WhatsApp para combinar os
encontros com as mulheres.
FONTE: GLOBO.COM
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