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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Monte Santo: mãe biológica se arrepende por ter brigado pela guarda dos filhos


A agricultora Silvânia da Silva, mãe biológica das cinco crianças de Monte Santo que foram adotadas em 2011 por famílias paulistas, afirmou estar arrependida por ter brigado pela guarda dos filhos e que concorda com a volta delas para São Paulo. “Se soubesse que meus filhos estavam na vida que estavam, não tinha pegado para cá”, declarou em entrevista ao telejornal do SBT.
Segundo ela, as crianças passam por necessidade e são sustentadas com recursos do Bolsa Família. Anteontem, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-BA) anulou a sentença do juiz Luiz Roberto Cappio, que determinou a devolução dos irmãos à família biológica. Na época, o processo de adoção foi considerado irregular e, em 2012, Cappio decidiu pelo retorno das crianças à Bahia.
Desde setembro de 2014, as crianças mantêm contato com as famílias paulistas. De acordo com a advogada das famílias, Lenora Panzetti, foi o Ministério Público do Estado (MP-BA) que fez a aproximação. “Não teve ameaça, tráfico, nada daquilo que foi mostrado”, afirmou Lenora.
As famílias paulistas querem reaver a guarda dos irmãos. O pai deles, Gerôncio Silva, está hoje com os quatro meninos mais velhos (que têm entre 10 e 5 anos), enquanto Silvânia vive na casa dos pais com a filha de 4 anos e outro de 3. “Ele (Gerôncio) tirou o Bolsa Família dela, que era o que ajudava a pagar o aluguel. Ele não dá comida (para os filhos). Ele só mostra com roupas limpas e alimentados quando alguém vai lá”, disse Lenora.
Em 2012, os pais das crianças afirmaram que elas foram retiradas de casa pela polícia, após ordem do juiz Vitor Manoel Xavier Bezerra, então responsável pela comarca de Monte Santo, e que chegou a ser afastado na época. Ontem, nem Silvânia, nem Gerôncio foram localizados pelo CORREIO.
Valdemar Oliveira, coordenador do Centro de Defesa da Criança e Adolescente (Cedeca), afirmou que o órgão será contra a devolução das crianças. O caso está com o desembargador Gesivaldo Nascimento Brito, da 2ª Câmara Cível do TJ-BA.

FONTE: CORREIO

VEJA BAIXA GRANDE, MARCELO BARBOSA JP

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