A agricultora Silvânia da Silva, mãe biológica das
cinco crianças de Monte Santo que foram adotadas em 2011 por famílias
paulistas, afirmou estar arrependida por ter brigado pela guarda dos
filhos e que concorda com a volta delas para São Paulo. “Se soubesse que
meus filhos estavam na vida que estavam, não tinha pegado para cá”,
declarou em entrevista ao telejornal do SBT.
Segundo ela, as crianças passam por necessidade e
são sustentadas com recursos do Bolsa Família. Anteontem, o Tribunal de
Justiça do Estado (TJ-BA) anulou a sentença
do juiz Luiz Roberto Cappio, que determinou a devolução dos irmãos à
família biológica. Na época, o processo de adoção foi considerado
irregular e, em 2012, Cappio decidiu pelo retorno das crianças à Bahia.
Desde setembro de 2014, as crianças mantêm contato
com as famílias paulistas. De acordo com a advogada das famílias, Lenora
Panzetti, foi o Ministério Público do Estado (MP-BA) que fez a
aproximação. “Não teve ameaça, tráfico, nada daquilo que foi mostrado”,
afirmou Lenora.
As famílias paulistas querem reaver a guarda dos
irmãos. O pai deles, Gerôncio Silva, está hoje com os quatro meninos
mais velhos (que têm entre 10 e 5 anos), enquanto Silvânia vive na casa
dos pais com a filha de 4 anos e outro de 3. “Ele (Gerôncio) tirou o
Bolsa Família dela, que era o que ajudava a pagar o aluguel. Ele não dá
comida (para os filhos). Ele só mostra com roupas limpas e alimentados
quando alguém vai lá”, disse Lenora.
Em 2012, os pais das crianças afirmaram que elas
foram retiradas de casa pela polícia, após ordem do juiz Vitor Manoel
Xavier Bezerra, então responsável pela comarca de Monte Santo, e que
chegou a ser afastado na época. Ontem, nem Silvânia, nem Gerôncio foram
localizados pelo CORREIO.
Valdemar Oliveira, coordenador do Centro de Defesa
da Criança e Adolescente (Cedeca), afirmou que o órgão será contra a
devolução das crianças. O caso está com o desembargador Gesivaldo
Nascimento Brito, da 2ª Câmara Cível do TJ-BA.FONTE: CORREIO
VEJA BAIXA GRANDE, MARCELO BARBOSA JP
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