Imigrantes, areia e pobreza: cidade da ostentação, Doha esconde contrastes
Maioria no Catar, expatriados erguem país que sediará a Copa de 2022 e sonha ser sede olímpica. Salário não chega a R$ 706 e moradias são "escO país que recebe o Mundial de Handebol masculino – e vários outros eventos esportivos nos próximos anos, como o Mundial de atletismo 2019 e a Copa do Mundo 2022 – não é só beleza e riqueza. Por trás dos arranha-céus, pontes e da noite iluminada pelas luzes de led da capital Doha se esconde uma outra realidade do Catar. A grande maioria da população vive "escondida", sem regalias e vizinhos da poeira e da lama, em péssimas condições de moradia e trabalho. ondidas" dos turistasDo centro à periferia de Doha, os altos prédios dão lugar a acampamentos de trabalho, que muitas vezes dividem espaço com as próprias empresas ou garagens. Os belos carros viram caminhões e ônibus de transporte com dezenas de ventiladores para aliviar o calor do deserto. Em vez de cataris e turistas, caminham pelas ruas esburacadas de areia os inúmeros imigrantes que trabalham nas obras de toda a cidade e adjacências, a grande parte de infraestrutura para a Copa do Mundo da Fifa de 2022, por exemplo.
No Catar, a população é formada por 1,4 milhão de expatriados e menos de 300 mil cataris. É possível observar até uma espécie de sistema de castas: em geral, os cataris ficam com os melhores trabalhos ou são os empregadores; indianos, filipinos, chineses e até europeus atuam em hotéis, restaurantes e lugares de maior status; e oriundos da África e de outros países da Ásia pegam os empregos mais braçais e de menos glamour, como no ramo da construção.
São
esses imigrantes que movimentam as obras que podem ser
observadas por toda Doha. Eles costumam ser contratados ainda em seu
país de origem,
por meio de agências de recrutamento. As empresas pagam a viagem para o
Catar e
fornecem alojamentos para os trabalhadores morarem, a vários quilômetros
de distância do centro da capital. O salário gira em torno de
1.000 riyais (R$ 706). A alimentação diária é por conta dos
trabalhadores, que contam com uma cozinha dentro dos acampamentos. O
problema é o alto custo disso. Um litro de leite não sai por menos de 20
riyais (R$ 16). Assim, é quase impossível dar conta de enviar dinheiro
paraa família fora do Catar, por exemplo.
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